Um software desenvolvido no Centro de Estudos em Gestão e Políticas Públicas – GPublic da Universidade de São Paulo – USP de Ribeirão Preto (SP) pretende auxiliar os gestores públicos municipais a saberem quanto e no que investir para conseguir uma educação de qualidade. Chamado Simcaq, o sistema funciona com a inserção de dezenas de variáveis municipais da Educação. Entre elas estão os números de escolas, de salas de aula, de alunos por turma, jornada de trabalho e formação dos professores.
A partir desses dados, o software faz uma projeção do quanto seria necessário investir para ajustar o sistema educacional, no período de cinco a quinze anos. De acordo com a coordenadora do GPublic, Cláudia Passador, um dos motivos para a criação doSimcaq foi a possibilidade de localizar os problemas específicos de cada município. “O Brasil é muito desigual e o que percebemos é que, se temos escolas com quadras, bibliotecas e centros de informática, também existem escolas com as lousas penduradas em árvores. São ‘brasis’ diferentes convivendo”, afirmou.
O Simcaq é fruto da tese de doutorado do administrador e professor da Universidade Federal de Goiás, Thiago Alves. Sua ideia é tornar o software público. “Com a ajuda da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que apoia o projeto, vamos tentar disponibilizá-lo gratuitamente para o maior número possível de gestores municipais de educação do País, por meio da União dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime”, disse.
Ao ser concluído, o Simcaq foi testado nos municípios goianos de Cezarina, Goiatuba e Águas Lindas, com resultados surpreendentes. “Para resolver o problema da Educação, eles teriam de destinar a rede de ensino o equivalente a todo o seu orçamento anual”, informou.
A capacidade da plataforma de permitir aos gestores municipais uma visão mais abrangente da Educação é sua principal característica, mas, ao mesmo tempo, foi o grande impasse para a sua elaboração. “Nós não queríamos fazer uma coisa que fosse meramente econométrica”, disse. “Queríamos que levasse em conta não só a infraestrutura, mas também a formação dos professores, a grade curricular, a alfabetização dos pais e o modo como a escola é gerida, entre outros”, completou.
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