domingo, 15 de março de 2015

ASPECTOS COLETIVOS E CONTRIBUIÇÕES DE PIERRE LÉVY.

A inteligência coletiva é tema interdisciplinar e tem sido explorado pelas mais diversas áreas do conhecimento. Como proposta totalmente ligada ao conceito de informação e às tecnologias da informação e comunicação, considera-se como pertinente a discussão do tema no escopo da Ciência da Informação. Para tanto, realizou-se um estudo descritivo e exploratório a partir da obra de Pierre Lévy, identificando os preceitos sobre inteligência coletiva, suas ambiências e implicações. 

A pesquisa é de cunho documental e se foca em determinar o estado da arte da produção sobre inteligência coletiva, verificando o que tem sido produzido por Pierre Lévy e por outros autores sobre o tema, a fim de apontar quais as possíveis intervenções da Ciência da Informação nos estudos acerca de inteligência coletiva. 

O estudo mostrou que no campo de Ciência da Informação existem poucas investigações de nível teórico sobre inteligência coletiva. Apesar disso, discussões sobre a representação e organização da inteligência coletiva em ambientes digitais têm sido recorrentes na atualidade, abrindo assim novos campos de aproximação entre a Ciência da Informação e a investigação conceitual e prática em inteligência coletiva.  

Apesar de considerável presença da proposta de inteligência coletiva na contemporaneidade, as designações acerca da inteligência coletiva, suas características e proposições ainda não são muito claras no âmbito da Ciência da Informação, como, também, não são claras quais seriam as contribuições da área para a temática em questão. Para tanto, optou-se pela análise exploratória e descritiva sobre o tema inteligência coletiva, com base nas proposições de Pierre Lévy.

 O estudo é de caráter bibliográfico e documental, o qual se pauta em realizar o estado da arte da inteligência coletiva. O material publicado por Pierre Lévy, em primeiro plano, e, também, o que outros autores relevantes produziram sobre o tema serão considerados como universo estudado. O intervalo de tempo para o recolhimento das informações sobre a produção acerca da inteligência coletiva é de 1994, data da publicação de “A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço” - principal obra de Lévy sobre o tema, até o ano de 2011. 

Para Lévy (2003), a inteligência coletiva é aquela que se distribui entre todos os indivíduos, que não está restrita para poucos privilegiados. O saber está na humanidade e todos os indivíduos podem oferecer conhecimento; não há ninguém que seja nulo nesse contexto. Por essa razão, o autor afirma que a inteligência coletiva deve ser incessantemente valorizada. 

Deve-se procurar encontrar o contexto em que o saber do indivíduo pode ser considerado valioso e importante para o desenvolvimento de um determinado grupo. Os intelectuais coletivos só poderão se reunir em um mesmo ambiente a partir da mediação das tecnologias da informação e comunicação. Com tais tecnologias, os saberes dos indivíduos poderão estar em sinergia. A coordenação dos saberes pode ocorrer no ciberespaço, o qual não é apenas composto por tecnologias e instrumentos de infraestrutura, mas também é habitado pelos saberes e pelos indivíduos que os possuem . 

O ciberespaço permite que os indivíduos mantenham-se interligados independentemente do local geográfico em que se situam. Ele desterritorializa os saberes e funciona como suporte ao desenvolvimento da inteligência coletiva. Quanto à mobilização efetiva das competências, Lévy (2003) mostra que um fator importante para que ela ocorra é conseguir identificar as competências dos sujeitos e compreendê-las em suas multiplicidades. 



Fonte: Scielo pesquisa documental. acesso em 15/03/2015. ás 14h08min.





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