Quando trabalhei como educadora social voluntária na Instituição X, pude observar que o Pedagogo Social tinha dentro do projeto uma posição não de destaque, mas de auxílio.
A criança ficava no setor pedagógico, simplesmente ocupando o seu tempo enquanto esperava sua vez de ser atendido pelos psicólogos, ou enquanto aguardava os terapeutas conversarem
com os responsáveis.
Surpreendi-me com o olhar dos outros profissionais sobre o Pedagogo Social, quando fui indagada por uma Assistente Social:
Em que pode colaborar para a sua formação o fato de você passar horas brincando com as crianças? Desculpe-me, acho você muito competente para estar fazendo isso. Percebi, então, que outros profissionais não vêem muito sentido no trabalho do Pedagogo Social, ou não encontram sentido no trabalho lúdico com as crianças que sofrem violência.
Respondi:
Não estou simplesmente brincando, estou analisando através do brincar as reações.
O lúdico consegue perpassar a alma e trazer à tona o que quero descobrir, descobrir de maneira singela e natural. Crio com a criança um laço de confiabilidade e consigo extrair, assim, o que
procuro, analisando cada palavra, reação e ação.
Ainda não tinha pesquisado bibliograficamente sobre o papel do lúdico para a educação social, contudo a minha prática com essas brincadeiras com as crianças foram fazendo com que eu fosse adquirindo essas concepções.
Além disso, o lúdico também era utilizado pelos psicólogos que atendiam nessas instituições em uma sala denominada de ludoterapia, com o fim de descobrir se são fantasias ou não as suas queixas de abuso ou assédio sexual, principalmente aquelas que são levadas pela primeira vez.
Por isso, na Instituição X, éramos orientados a observar os desenhos que as crianças produziam livremente, com o objetivo de, se notássemos algo diferente em seus desenhos como, por exemplo, a criança se auto desenhando diante da figura adulta, ou com cores fortes, escuras, etc, éramos aconselhados a mostrar ao psicólogo da instituição o desenho para que ele tirasse o seu parecer.
Pesquisei o trabalho do Pedagogo Social que atuam em instituições e são denominados também como Educadores Sociais. Observei como é diversificada a sua atuação no sentido de que depende da proposta da instituição, se ela é de formato interno ou externo, porém, as instituições que pesquisei e atuei tem o lúdico como respaldo para atuar na reconstituição da auto-estima do menor vitimizado.
As organizações não governamentais (ONGS) fazem uma conexão entre os direitos violados da criança e a responsabilidade social, pois realizam trabalho para cuidar de crianças que sofrem violência.
O Pedagogo Social que trabalha com crianças vitimizadas, trabalha todo o tempo com a subjetividade da criança, observando suas atitudes, seu comportamento, suas expressões, seus conhecimentos. Para tanto, além da necessária sensibilidade deste profissional, segundo
Graciani (2009, p. 220) (Citação direta longa) (Não houve como F.)
[...]é imprescindível que este Pedagogo Social que trabalha nesta área do conhecimento “possua uma visão crítica e consciente das causas geradoras do processo de exclusão das crianças e adolescentes: da pauperização( fenomêno moderno), da marginalização e da injustiça social.”
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acesso em 14/10/2013 ás 14h - Segunda-feira.
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